Não sei como, mas o desejo apareceu de repente.
Sonhou que tinha uma casinha e ela seria em frente ao mar,
onde passaria
a velhice vendo o vaivém das ondas. 
Confesso, endoidou-se! 
Ele na casa
dos 56 decidira sonhar com o mar.
Sempre andara na roça, labutando com a terra, levantando
postes de madeira, pastoreando os animais. Agora, se encantara com o cheiro da
maresia. 
Como iria fazer? Nem no rio, eu o vira banhar-se. Suas mãos não conseguiriam
jogar a rede, não pegariam o peixe. 
Desacreditei. 
Um dia, deixou a casa, a mercearia, os amigos, percorreu
quilômetros até que colocou os pés na areia. 
Olhou
      suspirou
                  embriagou-se...
O mar ficou, o pai se foi.
Andréa Cristiana
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